terça-feira, 10 de maio de 2016

Pri, você recomenda fazer intercâmbio?

Não.
Essa resposta curta e grossa pode causar surpresa pra muita gente. Muitos devem pensar que não é bom, que não vale o investimento, etc. Na verdade, é o contrário.
Quando saí do Brasil, esperava encontrar pessoas que tivessem o mesmo objetivo que eu, dar uma pausa na rotina, viver outros ares, repensar a vida, ser mais independente, se auto-conhecer. Mas não. Conheci pessoas diferentes, cada um com o seu objetivo, mas que estavam na mesma situação a qual me propus: buscar o novo. A decisão de mudar é muito pessoal. Eu não sei quais são os motivos que leva uma pessoa decidir por tal mudança e não sei se esse é o caminho certo. Muitos desistem no meio do caminho, ou precisam desistir. Nem por isso, não se pode dizer que não foi válido.
É muito fácil encontrar milhares de textos sobre intercâmbio, intercambistas, sobre como é viver fora do Brasil. Esse texto poderia ser mais um destes, mas não é a minha intenção. Nunca quis escrever para ser inspiração ou incentivo pra ninguém. Acredito que uma experiência como essa, tem que partir da própria pessoa. Da busca por algo que falta, que muitas vezes nem ao menos se saiba o que é essa falta.
Mas vamos ao que foi essa experiência para mim.
Minhas impressões sobre Dublin foram confirmadas (clima louco, muitos brasileiros, muitos pubs), graças aos milhares de depoimentos de pessoas que já estiverem lá e resolveram detalhar todo processo em vários blogs. Isso é bem válido para ajudar quando não se sabe nada, mas ir "no escuro" e descobrir por si só deve ser ótimo.
Os primeiros meses foram difíceis, principalmente pela procura de um lugar para ficar, mas nenhuma dificuldade foi em vão e as coisas fluem para acontecer o melhor. Acabei "caindo" no lugar onde conheci as melhores pessoas, que fizeram toda diferença nesse tempo que estive lá. Morar numa casa com outras 11 pessoas foi como uma sensação de BBB. Tudo é muito intenso em tão pouco tempo. Felizmente, ficaram somente as coisas boas. As amizades intensas.
Foi mais que um intercâmbio de idiomas. Foi um intercâmbio de personalidades. A troca de pensamentos, a troca de sotaques, a troca de experiências de vida, a troca de gostos musicais, a troca de séries, a troca de comida e bebida, a troca de produtos fictícios (um beijo, SimCity).
Foi também um intercâmbio de aprendizado. Além de melhorar o inglês, aprendendo de forma diferente, aprendi a me virar na cozinha (ainda é cedo pra dizer que sei cozinhar), aprendi a ouvir música pop, aprendi a ir pra balada, aprendi a gostar de séries, aprendi a deixar de lado o receio de viajar sozinha. Aprendi que sou capaz de muita coisa.
Algumas coisas eu poderia ter feito diferente, mas não há nenhum momento de arrependimento.
Existe agora a Priscila pré e pós intercâmbio. E acredite, as duas são ótimas.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Dia Novo.


Todo dia é um ano novo. 
No fim do dia, ao dormir, o desejo de que o dia seguinte seja diferente. 
Fazer acontecer diferente.
Traçar planos e metas de como será o dia e o que fazer.
No inicio do novo dia, ao acordar, perceber que será tudo a mesma coisa.
Os mesmos erros se repetindo.
O marasmo, o cotidiano, as atitudes. O mesmo.
Que dia ruim. O novo será melhor.
E esse ciclo se repete a cada dia que inicia e termina.
Tudo isso 365 vezes.
E assim continua até que se vire a chave.
Mudar de lugar simbolicamente e, ao mesmo tempo,
literalmente.


"Todos os dias antes de dormir, lembro e esqueço como foi o dia."


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Primeiro mês. Primeiras impressões.

Quando chegamos a um lugar novo, logo vem a primeira impressão. Ou as primeiras impressões. Quando tudo é novidade, tudo é "primeiro". Ao chegar na Irlanda, de cara, a primeira impressão é a linguagem dupla no aeroporto. As placas escritas em gaélico, nos dão a sensação de estar em outro lugar! Em seguida, já vem a primeira impressão da imigração. Isso é uma verdadeira loteria, e podemos dizer que ganhamos. Foi tranquilidade total. Logo depois, a outra primeira impressão: o clima. Já sabia o que me esperava, mas agora eu estava sentindo. Uma primavera/verão bem diferente do Brasil. Outra coisa que eu já esperava e agora vejo: sim, tem muitos brasileiros. Em Dublin, na escola, na rua, em todos os lugares. Não vejo problemas. Não fujo deles.
Talvez a maior das primeiras impressões é saber que intercâmbio não é férias. Não dá pra se atirar de cabeça em tudo, pois não é uma corrida, e sim uma maratona. Não é um mês, é um ano.
No inicio é necessário um pouco de cautela. A primeira preocupação é encontrar um lugar para ficar, resolver as burocracias (sim, não é só no Brasil que existe burocracia, sabia?). É um turbilhão de preocupações somado a muita coisa nova. É como se você comprasse uma cama nova. Você precisa se ajeitar, encontrar a melhor posição para conseguir ter um sono tranquilo. Não se pode chegar já pulando na cama, sem saber se ela vai suportar toda essa deliciosa diversão. Primeiro é necessário deitar a cabeça no travesseiro e se ajeitar. E assim vai sendo!

domingo, 10 de maio de 2015

Mudança.

É hora de mudar!

Minha amiga Nine me mostrou um texto onde dizia que "todas as coisas do universo são passageiras, a única coisa imutável é a própria mudança". Como qualquer ser humano (ou a maioria deles), não sou adepta a mudança. Moro na mesma cidade a quase 30 anos, trabalhei no mesmo emprego por 7 anos, estudei na mesma escola durante todo ensino fundamental, bebo sempre o mesmo refrigerante, gosto apenas de um chocolate. Esses foram só alguns exemplos de como a mudança é algo difícil para mim. Na contra mão disso, vem meu espírito de mudança! É, isso mesmo. Acreditando ou não em horóscopo, sou uma típica geminiana. Uma dualidade que vive em mim e precisa de uma mutação. E eu sou assim. Adepta à mudança e à tradição. O novo me fascina, o velho me prende. A sensação de estabilidade é muito confortável. É muito bom quando temos o poder de controlar todas as coisas da nossa vida, pois essas já fazem parte dela a tanto tempo. Infelizmente, nem todas as coisas estão sob nosso controle. Existem as mudanças escolhidas e as obrigadas. Recententemente, convivi com algumas mudanças obrigadas, e desde então, lido com elas da melhor maneira possível. Porém, chegou a hora de realizar algumas mudanças escolhidas, e pretendo lidar com elas da melhor maneira possível também. 
Quando optamos por uma mudança, surgem as especulações dos motivos. Enriquecer, esquecer alguma coisa e/ou alguém, rebeldia, exibicionismo, descontentamento com o atual governo, "caça" de um par... são inúmeros os motivos sondados. O real motivo, ninguém mesmo sabe. Talvez saibam aqueles que já buscaram o auto conhecimento. Esses sim, sabem quanto uma mudança é importante. É necessário se testar, saber se estamos indo para o caminho certo. Descobrir qual é o caminho certo! Um momento de mudar as pessoas que vemos, o idioma que ouvimos e falamos, o clima que sentimos, o desespero que passamos, as dificuldades que superamos, as saudades que sentimos, a comida que comemos... tudo diferente. E é nesse momento que espero saber com mais detalhes porque estou aqui. E quero descobrir isso antes que me sejam apresentadas novas mudanças obrigadas! 
O primeiro passo para a mudança, é a decidir por isso. Toda decisão gera consequências boas ou ruins. Voltando a enfatizar meu lado geminiana, tomar uma decisão é algo tão complicado quanto sair da rotina e mudar. Mas decidir também é preciso, assim como lidar com as consequências. Por isso, o processo de decisão foi longo e árduo. Dentre as consequências, a que mais pesa é o relacionamento com as pessoas que convivemos. Estou proporcionando à elas, uma mudança obrigada. Mas tudo isso faz parte do processo. Espero apenas que, àqueles que cativei, tenha sido suficiente para manter (ou melhorar) o convívio após um período de ausência física.

No mais, que venham as mudanças e suas consequências!

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Eu não vou desistir!

Conversa séria em lata.

O papo do momento agora é política, visto a proximidade das eleições. Não só por esse motivo. Talvez porque, muitos de nós, não víamos uma situação tão inesperadamente acidental causar possíveis reviravoltas numa eleição.

Quando muitos já estavam praticamente escolhendo entre Dilma e Aécio, eis que acontece essa fatalidade com o Eduardo Campos. Como ainda não havia iniciado minhas pesquisas eleitorais, particularmente, não conhecia nada do Eduardo. Acredito que a maioria dos eleitores também não o conheciam, exceto pelos eleitores de Pernambuco. Após a sua morte, além de uma grande comoção, as pessoas passaram a conhecer o Eduardo. Como é habitual, as pessoas geralmente são valorizadas e viram "heróis" depois que falecem. Isso pode, de fato, ter influenciado nesse boom de pessoas que disseram "eu ia votar nele...". Mas será que um cara que tem tanta aprovação nos seus dois mandatos em um estado, era tão ruim assim.
Isso me faz pensar que falta nas pessoas conhecimento e/ou interesse por busca de conhecimento. Se as manchetes dos jornais não estampassem a história do Eduardo após sua morte e sim tudo que foi feito ou não foi feito como político em vida, isso poderia ser diferente. Mas ainda não é tarde. Como ele disse em sua entrevista ao Jornal Nacional: "Não desistam do Brasil". Eu não desisti de buscar informações antes de votar. Votar errado ou certo, faz parte. Estamos sendo comprados por propostas que podem ou não se concretizar. Mas votar consciente é praticamente uma obrigação. Cada um respeitando o que acredita, seguindo ou não partidos e doutrinas... não foi um voto em vão. Foi um exercício da cidadania, e não da obrigatoriedade. Mas claro, sempre existem aqueles que desistem... preferem "lavar as mãos", dizer que todos são iguais, que todos são corruptos e vão roubar. Isso pode realmente acontecer, pois isso é política e não um conto de fadas. E o que mais podemos esperar de um país onde já é cultural ter o "jeitinho brasileiro" pra resolver as coisas?

Acredito que, antes de tentarmos mudar os políticos, precisamos melhorar a pessoa que somos.

Eu já fiz a minha escolha. Escolhi não desistir.

p.s: Fica aí um vídeo explicando de forma clara o que acontece com votos nulos e brancos. Vale a pena saber!
Votos brancos e nulos não anulam eleição, entenda aqui!

Fonte: Ranking Políticos